por
Celso Ribeiro - procrescer@uai.com.br
Manhãzinha,
cálido frio envolvente, ir acender
o
sol , prenhe de luz, aberta a mente, pisar em
terra
adormecida, cheirar seu irreverente cio
escondidamente
a se mostrar, olhos de procura...
Colocar
mão fora do carro em movimento,
estrada
infinita, fazer no ar ondas cortantes,
sinuosas,
das mais bonitas, sorvendo ares
gélidos
em rosto alegre, ávido de vida...
Ver
seu time de coração quase perdendo
levantar-se
do chão poeirento, buscar
fôlego
no último momento, fazer
belíssimo
gol, paralisar rival ciumento...
Assistir
a heróis pueris lançando teias
de
aranha em telas Hollywoodianas,
enquanto
pipocas ciganas serpenteiam
no
céu de nossas bocas... fascinante!
Soltar
pipa em tarde suspensa, nuvens
cheias
de céu, sentindo a força leve do vento
dançante,
lá em cima, esvoaçante, a bailar
sonhos
menino, tão perto, tão distante!...
Degustar
deliciosa iguaria preparada com alegria,
regada
a vinho, luz bruxuleante, preciosa campainha,
boca
a marejar, paladares delicados um a um
deixando-se
apreciar, sem hora para acabar...
Ouvir
etérea música inebriante, anfitriã, vívidas
lembranças
a acordar, desenhar no ar
garbosos
gestos, graça do existir, se apalpar,
se
abraçar, sorrir de si para si, se admirar ...
Ver
emergir do corpo doente, extenuante,
laivo
vital, chama tremulante, escondida,
devagarzinho
crescente, retornando
ao
descrente miúda alegria esquecida...
Sentir
seu filho crescer, crescer, repente
deixar
de ser criança, e ir, fria madrugada,
pé
ante pé, outra vez ser seu Anjo da Guarda,
perceber
seu respirar, refletir, ter confiança...
Em
mar silente, elegante lua grávida suspensa,
comungar
eterno instante emoldurado, como
seu
último, céu iluminado, transbordando gentil
olhar
de peregrino... serenidade, paz imensa.
|